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Como saber o que o outro está sentindo?
O que nos leva a acreditar que o outro está tendo um momento de dor "legítima" ou tendo um “pití”,
agindo com dengo, fazendo corpo mole na circunstância que vivencia?
RESPONDENDO FRANCAMENTE...
... as ações dele
nos levam a crer qual o seu estado de espírito. Conhecendo-o, acreditamos que sabemos o que ele sente e, se repete constantemente os mesmos erros, o julgamos com rigor. Se não o conhecemos, teremos como parâmetro as nossas próprias experiências e as que temos com o nosso próximo, não nos impedindo de julgá-lo com o mesmo rigor que aplicamos com quem já conhecemos.
Como podemos perceber, para qualquer situação, precisaremos da nossa
visão da vida, nossa interpretação baseada na nossa experiência para que
consigamos ter uma dessas respostas.
PEQUENA ANÁLISE
Fazendo uma pequena análise da questão sobre julgar o outro segundo a repetição de suas posturas que não nos agradaram, podemos refletir que o fato da pessoa tê-las adotado novamente é um sinal de que ainda:
2) muito precisa compreender sobre o que a vida quer lhe ensinar,
Será simples quando nós já tivermos bastante
experiência em lidar com a situação e a enfrentaremos com maturidade. Será complexo
quando formos iniciantes nesta nova experiência, não a tendo jamais encarado ou,
se já o fizemos, ainda não angariamos uma boa percepção para termos uma
resposta completa que nos fará sentirmos seguros de como resolvê-la.
Na primeira (simples), possivelmente nem a encararemos
como problema, então, não lhe daremos muita atenção agora, mas a segunda, é
bem diferente.
ALGO COMPLEXO A SER ENFRENTADO
Quando não sabemos o que fazer, podemos:
2) sofrer por não estarmos no controle da situação,
3) questionar a nossa capacidade de resoluções e enfrentamentos,
4) sofrer por não sabermos quando tempo tudo isso vai levar, dentre outras...
O certo é que queremos que essa experiência complexa acabe
para nos libertarmos dessas sensações desagradáveis.
Se sabemos que é assim ao reagirmos, acreditaremos que o
outro reagirá da mesma forma. Mas, essa teoria é real? Até podemos afirmar que,
na maioria das vezes, sim. No entanto, somos seres individuais que reagimos
conforme as experiências que já angariamos no decurso de nossa caminhada.
EXEMPLOS A SEREM LEMBRADOS
Pensem: Jesus reagiria como nós? Possivelmente, não. Mas, se acharmos que a verdade que trazemos é absoluta, Ele (Jesus) teria que reagir como descrevemos, o que não condiz com a realidade Daquele Espírito de Luz.
Não precisamos ir além: Chico Xavier, Madre Tereza de
Calcutá, Gandhi, e outros, foram exemplos muito palpáveis de pessoas que
reagiram diferentemente de toda a generalidade humana em sua amorosidade e
respeito ao próximo. Eles tinham um conhecimento que ainda não compreendemos
por não termos dado os passos que eles escolheram dar nas trilhas da vida.
Então, temos somente o que há em nós e no que observamos das
ações alheias para sabermos como o outro poderia reagir e, ainda assim, isso só
não basta para uma resposta definitiva.
VERDADE NUA E CRUA
Para cada circunstância, uma escolha; para cada escolha, um olhar mais bem aperfeiçoado sobre cada circunstância.
Ora, posso afirmar que cada um de vocês, neste ponto da
leitura, já não é a mesma pessoa que decidiu iniciá-la. Imagina, então, quando já
tivermos vivido um pouco mais além do fato que utilizamos como parâmetro para a nossa reação frente às ações alheias!
Afirmamos categoricamente: “Tenho certeza de que fulano agirá
assim, se acontecer tal coisa!”. Como podemos ter essa certeza sobre a vida do
outro, se não podemos colocar a nossa mão no fogo nem por nossas próprias
reações e escolhas?
O que estou tentando explicar é que conseguimos, na maioria
das vezes, identificar a dor do outro (porque já a vivenciamos ou temos conhecimento sobre casos semelhantes), mas não conseguiremos
fazer isso sempre!
Quantos filhos, sobrinhos, netos, pais estão agindo de uma forma
trágica, indo de encontro à sua própria vida, e aqueles que os amavam nem
desconfiavam de seu estado emocional? Eles escondiam bem os seus sentimentos em
desalinho? Pode até ser que sim, mas possivelmente deram sinais alarmantes, os
quais os seus amores não souberam decifrar por falta de experiência.
REAÇÕES NATURAIS
Quando isso acontece, nos culpamos excessiva e gravemente, sem lembrarmos que:
2) não conseguimos convencer ninguém a fazer o que ele não quer;
3) não temos condição de vivenciar a vida alheia, por mais que tentemos; e,
4) quando o outro sofre, ele tem um jeito só dele de sofrer.
Essa reação de nos culpar é uma dentre outras tantas que
temos, porque, sem compreendermos o todo, podemos também nos irritar e nos revoltar
pela dor dele estar interferindo na nossa vida.
Quantas vezes nos vemos vítimas de circunstâncias provocadas
pelo outro, trazendo-nos também muita dor? Isso nos revolta e queremos abandonar
tudo!
Tudo bem pensar assim? Claro que sim. Mas, esse pensar nos
consola? Claro que não. Ele só nos alimenta a revolta contra o outro... e contra Deus, porque Ele
deixou isso tudo acontecer!
Vamos refletir: lembram quando eu disse acima que o que o
outro provocou nos trouxe dor? Então, se é dor que estamos sentindo significa
que essa circunstância não chegou ao acaso e ela é útil para nós para um novo
crescer. Esta pessoa que produziu a circunstância dolorosa, por sua livre
escolha, acabou se portando como aquele que Jesus se referia sobre ser o
autor do “escândalo”:
“E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!” (Lucas 17:1)
SOMOS VÍTIMAS?
É duro pensar que isso só nos confirma a ideia de que responsável será cada um por suas ações, porque se o outro é responsável, nós também somos.
Se o outro provocou a circunstância que agora nos traz dor, antes
fomos nós que construímos a necessidade de nela passar. Sabemos
inconscientemente disso, e isso nos faz reagir de uma forma boa ou não tão boa,
segundo as crenças que hoje carregamos.
Que abramos o nosso entendimento para que, enxergando a dor
do outro, não o julguemos pelos seus momentos de fraqueza ao enfrentá-la,
porque, como ele, não estamos isentos de a vivenciarmos (a dor) quando formos
nós a estarmos aptos para aprender quais os melhores caminhos para o nosso bom
crescer.
Vítimas, não! Caminheiros em busca de mais entendimento!
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