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A maioria de nós fica se perguntando o que leva essas pessoas a tomarem essas atitudes, porque, em nossa mente, há uma necessidade de entendermos o que
leva alguém a atentar contra a vida alheia ou a sua própria, sem qualquer
hesitação.
É possível que consigamos saber a resposta algum dia, mas, neste artigo,
tendo como base essas tragédias, gostaria de não me apegar ao motivo, mas sim a
descoberta de quem estamos segundo as posturas que adotamos frente a elas.
COMO REAGIMOS A SITUAÇÕES QUE NOS ESCANDALIZAM ?
- Diante destas situações tão estarrecedoras, qual foi ou está sendo a nossa postura? Como estão as nossas emoções e sentimentos?
- Diante de tanta violência no mundo, como podemos viver tranquilos? Como podemos acreditar que dá para sair de casa e nos arriscar nas ruas onde parece que estamos totalmente desprotegidos?
Numa resposta singela, eu acredito que tentamos não pensar em nada
disso, buscando acreditar que nada acontecerá conosco ou com quem a gente ama;
que estamos entregando nas mãos de Deus e seguindo em frente, porque não temos
muitas alternativas ou, se as temos, tomamos todas as providências que
conhecemos para que essa violência não nos atinja.
E NOSSAS REFLEXÕES CONTINUAM...
Além destes questionamentos acima, cujas respostas não devem ser esquecidas,
outros se fazem necessários para termos luz onde parece que há somente
desesperança:
- Por que estamos encarnados neste momento e neste país tão inseguro?
- Por que estamos tendo que passar por isso?
- Se não retroagimos, por que parece que estamos dando passos para trás, quando antes pensávamos que estávamos mais adiantados espiritualmente?
PENSANDO ALÉM DO SER MATERIAL
Começo o meu raciocínio afirmando: eu acredito que não retroagimos
jamais em nossa evolução, mas também acredito que podemos nos iludir diante de
nosso próprio progresso moral. Quando pensamos que já aprendemos algo
plenamente, vem a vida e nos traz várias oportunidades para nos enxergarmos agindo
e reagindo às circunstâncias e nos desnudando frente à nossa própria
consciência.
Sendo recorrente esse processo, podemos afirmar que ele deve ser o
método que a vida entende ser verdadeiramente eficaz para nos fazer enxergar
como realmente estamos, porque, infelizmente, em algumas experiências, ainda
não sabemos diferençar quando estamos somente entendendo ou quando já
aprendemos.
Em razão deste desconhecimento, nos surpreendemos quando, vivenciando
alguma circunstância, nos vemos reagindo em contradição ao que
dizemos acreditar ser o mais correto ética e moralmente.
Sejamos honestos:
- Qual a nossa reação, emocional e racional, em circunstâncias como essas que nós descrevemos?
- Em nosso pensar ou agir, somos superficial ou verdadeiramente cristãos?
- Se somos verdadeiramente cristãos, valorizamos o nosso aprendizado?
- Se somos superficialmente cristãos, quais os motivos que nos levam a acreditar que seria certo pensar ou agir diferentemente dos ensinamentos de nosso Mestre Nazareno [1]?
As perguntas são muitas, não são? Mas, quero deixar claro que elas são
necessárias para abraçarmos uma futura mudança porque serão as respostas delas
que nos mostrarão o porquê de estarmos encarnados, cada um em um local do
mundo, tendo que vivenciar os problemas nele existentes.
Quanto a nós,
brasileiros, vivemos em um país em desenvolvimento e a violência ainda faz
parte de nosso cotidiano, infelizmente. Sobre este pormenor, quero expressar,
dentre tantos, dois pontos de vista:
- primeiro, se estou vivendo em um país violento, algo ainda preciso aprender. Se a violência está em mim, seja ela qual for, necessito dos bons exemplos da passividade, mas também de me deparar com uma violência semelhante ou maior do que a minha para perceber que ela não deveria ser tolerada, tampouco justificada quando é executada;
- segundo, se hoje não vivo em um local violento, mas sinto que ainda há violência em mim apesar do ambiente que me cerca, posso somente ter tido a oportunidade de uma existência mais branda, onde não deixarei de aprender outras vertentes, ficando para outro momento a lapidação profunda do meu “Eu selvagem”.
Se assim é, conseguiremos encarar a atitude destas pessoas que agem com violência com mais
caridade? Conseguimos enxergá-las em nós, mas que, em razão de nossa busca em nos
melhorar, já demos início ao nosso aprimoramento?
Se vocês estão respondendo que não, eu trago outra pergunta:
será que jamais mataríamos alguém, se nos deparássemos com aquele que coloca ou colocou
em perigo, ou maltrata ou maltratou um amor de nosso coração?
COMO AGIR ?
A espiritualidade nos ensina, a cada texto psicografado, a sua visão
ética e moral de amparo e auxílio aos irmãos que estão perdidos e que se
encontram nas trevas. Não importa os débitos contraídos por eles, o auxílio e o
amor empregado pelos “obreiros do Senhor” serão sempre os mesmos.
Imagino que alguns de vocês já estão quase desistindo de ler porque
estão pensando que, desta vez, eu estou “delirando” e que eu não sei o que
digo, mas, isso não é verdade.
Tivemos muitos exemplos entre nós de pessoas comuns que superaram suas
próprias dificuldades e nos mostraram que era possível serem melhores.
Claro que, se temos dificuldades ainda em aplicar alguns dos
ensinamentos do Cristo, não será de um dia para o outro que os absorveremos. Eu
mesma não sei o que faria se alguém fizesse mal a uma pessoa por mim amada. Mas, o que eu sei é que tento todos os dias melhorar o meu Eu e enxergar o
mundo com olhos mais sábios.
Para isso preciso acreditar que existe uma razão justa para todos nós
estarmos aqui e nos depararmos com pessoas que parecem estar mais evoluídas ou
mais atrasadas ética e moralmente que nós.
FINALIZANDO...
Concluo, portanto, que o que nos dará a chance de não termos de voltar a
repetir este “ano letivo” é aprendermos as lições que a vida nos oferece,
sempre lembrando que o nosso professor é O melhor, O mais Misericordioso e O
mais Justo.
Diante de tanta violência, de tantas dores, de tantas
dificuldades, tentemos mudar o nosso pensar para
compreendermos que as experiências (boas ou não tão boas) vivenciadas são úteis
e necessárias para o nosso crescer; que com fé e/ou otimismo conseguiremos
superá-las; e, compreendendo-as, passaremos com louvor para outros níveis de
aprendizado.
A meu ver, o resultado prático dessa ação (= mudança
de como encaramos a nossa realidade) já seria sentido por ficarmos de luto pelo
sofrimento de pessoas que nos são desconhecidas (as famílias que tiveram os seus
amados arrancados de suas vidas), como também por aqueles que agem conforme a sua ignorância moral, não
deixando de serem vistos por nós como nossos irmãos em Cristo e merecedores de outras
oportunidades de crescimento [2].
[2] Em
nenhum momento, estou defendendo a ideia de que eles ou quaisquer outros não sejam responsabilizados
pelos seus atos. Mas, que não os vejamos como monstros, porque estaríamos refletindo neles todas as nossas mazelas.
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