O Carnaval está chegando e ele é
uma festa especial para muitos brasileiros, não somente porque é um feriado
prolongado, mas porque, para muitos, é um período em que estes esperam esquecer
as suas tristezas e deixar a vida os levar (pelo menos nesses dias), não havendo
limites para as suas vontades e os desejos.
Em razão disso, algumas religiões
são contrárias ao carnaval, tendo como base a própria Bíblia.
ARGUMENTOS CONTRÁRIOS BASEADOS NA BÍBLIA
“Atualmente, o
carnaval é uma festa em que o ser humano cultua o próprio corpo, satisfaz os
prazeres carnais e pratica todo tipo de orgia. Em Colossenses 3:17, lemos
que os cristãos devem fazer tudo em nome de Jesus. A palavra que ressalta é a
palavra tudo: tudo o que fizermos, devemos fazer porque
representamos alguém, Jesus. Glorificamos a Deus com o que fazemos ou onde
estamos? É para a Sua honra e glória? Sempre que a resposta for
"sim", podemos fazer.”
“Deus em Sua
Palavra diz-nos que o pendor da carne dá para a morte (Romanos
8:6), a Sua vontade é que fujamos de tudo aquilo que não O honre, e que vivamos
uma vida de santidade. 1 Tessalonicenses 4:3 diz que a
vontade de Deus é a nossa santificação, ela é um processo.
A Bíblia
lembra-nos em 1 Coríntios 6:19, que o nosso corpo é o santuário do
Espírito Santo, que todas as coisas me são permitidas, mas nem tudo me convém.
O carnaval é uma identificação com as práticas do mundo, quando participamos
nos identificamos com tudo o que nos oferece. E a pergunta que deve ser
respondida por cada um de nós é: honramos a Deus quando participamos?”[1]
(grifos no original)
Bem, vou somente até aí.
Para algumas pessoas, o carnaval
é exatamente isso: uma festa pagã onde o homem acha que pode fazer o que
quiser, se perdendo em seus desejos carnais. Mas, será que é isso?
OUTROS PENSAMENTOS
Eu acredito que não é o ambiente que faz a pessoa, mas sim a pessoa
que o molda.
Se eu gosto de pular o carnaval
com os meus amigos, preciso deixar de fazê-lo? Digo que talvez não deva
frequentar alguns lugares específicos que você sabe que as pessoas estão agindo
sem qualquer responsabilidade, colocando em risco até a integridade física delas
e a sua. Mas, nem todo lugar será assim e nada o impede de se divertir.
Fico me perguntando o que Jesus
nos diria? Ele foi o primeiro a nos mostrar que devemos dar o melhor exemplo,
ir aos necessitados e não nos afastar deles. Se todo bom cristão, que tem a
intenção de pular com responsabilidade, se esquivasse desta festa, onde os que “agem
na perdição” teriam bons exemplos a seguir?
Tentarei explicar o meu
pensamento: podemos pular atrás do trio elétrico sem nos mancharmos pelas “devassidões
humanas”, porque já portamos a compreensão que a exacerbação de nossos desejos (pela
felicidade sem limites) não é a solução de nossa dor! Vou além, o que adiantaria
vivenciar quatro dias de puro prazer e, ao acabar, se deparar com a mais pura
realidade? Só pioraria o seu estado emocional e psíquico.
Continuo ainda na análise e me
pergunto: o que seria da pessoa que está se perdendo nas drogas e no álcool se
não tivesse alguém para provar, através de seus exemplos, que ele pode e deve sair
daquele caminho?
Me lembro que nem sempre o
Carnaval foi assim! Se você tem mais de trinta anos, lembrará das marchinhas
nos clubes e o quanto era gostoso dançar e se alegrar com os amigos e
familiares. Não havia necessidade de muito. Juntos com eles, esta festa somente
servia para deixar a tristeza e as preocupações de lado (só um pouquinho),
deixando as músicas os alegrar.
Já ouvi depoimentos de jovens que, em razão de enxergar a sua degradação e perceber que algumas pessoas conseguiam escapar daquele caminho “da perdição”, se viram na esperança de poder fazer o mesmo. Será que não foi semeada uma nova postura para estes jovens em seus futuros? Não posso me furtar em dizer que aqueles necessitam muito mais do que exemplo dos outros, necessitam também de sua (dos jovens) vontade sincera em querer mudar, mas já é um começo! Não é para isso que vivemos neste planeta escola? Não é para também aprendermos com as atitudes responsáveis e irresponsáveis dos outros?
Hoje, algumas igrejas estão, elas
mesmas, formando festas de carnaval para os seus jovens. Eu achei lindo quando
vi um vídeo dos jovens evangélicos dançando e se divertindo em um ambiente de descontração e alegria.
Isso só me fez pensar se é a
festa do carnaval que é ruim ou é o comportamento humano equivocado que a está
desmerecendo?
Acredito que é a segunda opção e
isso vem de séculos! Antes haviam os Bacanais, as Sarcéias, as Saturnálias,
etc. todas festas pagãs com objetivos próprios, mas que serviam para a subversão social,
para os prazeres da Carne e adoração de deuses expressivos da época.
DIREITOS E DEVERES DOS FOLIÕES
Mas, é claro que, se você não
gosta deste tipo de festa, está no seu direito de não ir. Eu, por
exemplo, não gosto de aglomerações nas ruas (já estou velha rs), mas não me
esquivaria de ir a encontros de amigos no carnaval onde poderíamos dançar e nos
divertir.
É claro que o carnaval é uma
festa que traz felicidade, mas traz também responsabilidade para todo aquele
que fizer uma escolha, boa ou não tão boa.
Como tudo que diz respeito ao
nosso ser, nossas ações trazem consequências e, na maioria das vezes que intencionalmente
“chutamos o balde”, sem querer pensar sobre o que fazemos no momento presente, ele
(o balde) cai na nossa cabeça.
São quatro dias de muita folia,
onde poderíamos nos refugiar dos problemas do cotidiano, descansando a nossa
cabeça, construindo novas amizades, aproveitando a alegria.
Por isso, não execremos o
carnaval, mas não aceitemos de nós um comportamento que nos trará consequências
futuras danosas e que não desejamos vivenciá-las quando “sóbrios” estivermos.
Sejamos honestos conosco, procuremos
entender os nossos reais motivos por estar na folia e arquemos com eles quando
a vida reagir às nossas escolhas, porque sejam essas escolhas boas ou não tão
boas, os aprendizados virão.
POR FIM...
Finalizo dizendo que, respeitando o livre arbítrio como instrumento divino, se o nosso desejo é pular o carnaval, procuremos um lugar saudável para frequentarmos
e não nos sintamos culpados por gostar de uma festa alegre e divertida.
Maravilhosa reflexão. Isso sim é FÉ RACIOCINADA, muito além de dogmas e proibicoes que não agregam na educação do espírito.
ResponderExcluirAgradeço, Thiago, pelas suas palavras. Precisamos compreender e raciocinar com o coração e mente as mensagens morais trazidas pela Espiritualidade amiga. Luz e Paz!
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