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Pensando de cabeça fria, a raiva nos incomoda! Mas, saindo de um momento
de turbulência, eu descreveria que a raiva faz muito mais do que isso: ela nos
devasta! Ela acaba com a nossa paz, com a nossa alegria, ela nos adoece e... como é difícil
voltar a serenidade anterior!!
A raiva não é sentida à toa. Ela só aparece
porque algo acontece. E este algo, vindo de fora ou de dentro, atinge alguma coisa, no nosso mundo interior, que é muito importante para nós, mesmo que não saibamos o que tenha sido. Na maioria das vezes, ficamos com raiva sem conseguirmos identificar o que foi mexido em nós.
Mas, a raiva não é um sentimento natural nosso!
Se alguém vive com raiva o tempo todo, algo está mais do que “errado”. Talvez,
essa pessoa não esteja percebendo as suas emoções e age assim por acreditar que é
um proceder que o ajudará a alcançar o seu objetivo (seja ele qual for).
Exemplifico
melhor: uma pessoa muito quieta sofre muito com as ações alheias. Então, em um
determinado momento, ela reage com raiva e violentamente contra alguém e
descobre nele a reação de respeito ou medo. Como
ela somente conseguiu agir assim porque estava com raiva, em seu inconsciente, sempre buscará tal emoção para alcançar o seu intento. Então, por várias outras vezes, ela reagirá da
mesma forma e, gostando do que vê, não parará. Por um tempo, isso dará certo,
mas, quando alguém começa a exagerar na raiva ou na violência, a reação natural
daqueles que não se sintonizam com essas energias é se afastar. Enquanto,
ela não perceber que as pessoas que valem a pena (para ela) estão se
afastando, ela, possivelmente, continuará a agir no equívoco, porque foi a
forma que percebeu dar certo.
A raiva se impregna em suas ações como uma doença
altamente arrebatadora, ficando ali, manifestando os seus sintomas para quem
quiser ver, inclusive o próprio raivoso que, no início, está cego para ela. Se ele a percebe, pode querer limitá-la ou extirpá-la, mas levará um tempo
razoável para se descontaminar, porque ela fica encubada produzindo
o efeito da insatisfação e da tristeza, da indignação e da impaciência. Tudo
isso é devastador e viciante em nosso campo interno. Para nos descontaminarmos, para não cairmos realmente doentes em razão de a cultivamos em nós, precisaremos da compreensão do que é viver com ela e as suas consequências.
Ainda assim, somos seres que desejamos a paz, porque a paz
faz parte de nosso ser divino, mas em razão de nossa ignorância, ainda não
compreendemos isso. Ainda, nos iludimos acreditando que o nosso orgulho é sábio
e o usamos como conselheiro para as nossas próximas ações (pós raiva) e aí fica
tudo pior...
Melhor responder a célebre frase do poeta maranhense,
Ferreira Gullar: “Você quer ter razão ou ser feliz?” No momento do seu distúrbio, se você fizer esta
pergunta para si, possivelmente, não agirá tão impulsivamente e se dará uma
chance de evitar sofrimentos desnecessários. Quando
entramos nestes embates, na maioria das vezes, o objeto da discussão não é tão relevante e sair
vencedor não lhe trará nenhuma vantagem. Ou seja, não é nada prático.
A raiva é uma consequência, uma reação, e o
autor dela seremos somente nós mesmos. Sendo assim, a boa notícia é que podemos
amenizá-la, podemos transmutá-la porque se fomos nós que a produzimos no nosso templo
interior, somente nós, e tão somente nós, poderemos desconstrui-la. Essa
é uma outra benesse da sabedoria divina atuando em nossa vida... somos os
únicos responsáveis pelo nosso bem-estar!
Assunto importante para ser discutido e percebido. Quando estamos com raiva ou outro sentimento não tão bom criamos uma "atmosfera" que nos envolve e sem perceber será com ela que nos apresentaremos as pessoas e assim "convidamos" mais pessoas que assemelham ao nosso estado e afastamos outras. Por isso que aquela frase que brincamos pode dar certo..."Está nervoso? Vai pescar!" Está atividade deve (digo assim pq nunca fiz...rs) proporcionar o esvaziamento da mente e quem sabe uma seleção melhor dos nossos sentimentos, inclusive lembramos de respirar. Penso que se fizéssemos uma atividade semelhante a esta veríamos que a raiva não é uma boa companhia e aos poucos iriamos compreendendo o porquê dela (a raiva) para tratar a causa. É...vou ali pensar um pouco sobre minhas raiva existentes que guardo num lugarzinho escondido...rs bjs da Fran
ResponderExcluirOi Fran! Boa reflexão! Espero que você encontre uma "raiva" de cada vez para que a compreensão seja devagar e sem sofrimento hihihih
ExcluirAbraços fraternos.
Deve ser muito difícil de lidar com o sentimento RAIVA para aquele que não o conhece....seria como se vc não estivesse sendo amoroso com o outro ou faltando amor para consigo mesmo ou até mesmo nenhum dos dois ????
ResponderExcluirOlá, Anônimo! Gostaria de considerar um ponto importante se entendi as suas considerações. Todos nós conhecemos a raiva. Ela nos é uma emoção conhecida e, por isso, a identificamos no outro com muita facilidade. Mas, como sabemos que ela demonstra a insatisfação daquele que a possui, quando a flagramos no outro, não gostamos e, em muitas ocasiões, imaginaremos que este alguém estará contrário ao nosso querer. Por isso, que acreditamos que quando a raiva se instala é porque o outro que a tem não nos ama mais, o que não é verdade. Pense um pouco nisso.
ExcluirAbraços fraternos.
Um texto de grandes verdades...
ResponderExcluirAssim como a raiva, acho que todos os sentimentos dos seres humanos são importantes, se bem canalizados. Quando digo canalizados, significa estarmos no controle deles, mesmo sentindo-os. O que não podemos é deixar a raiva e os outros sentimentos dominar as nossas ações, pois a falta do raciocínio pode trazer consequências não tão boas. No nosso tamanho atual, é impossível ignorar a raiva, mas acho que se pensarmos na origem dela e raciocinarmos, ela poderá ser útil até como agente motivador de alguma situação importante desde que não prejudiquemos a nós mesmos e aos outros.
ResponderExcluirMuito legal esse pensamento, Henderson. Podemos usar de nossas tendências ainda primitivas para nos auxiliar em muitos momentos. Como você bem disse, a raiva pode nos movimentar em situações que, enquanto estávamos acomodados, não nos dignaríamos a sair do lugar. Que não menosprezemos qualquer instrumento em nossas mãos para nos impulsionarmos rumo a nossa evolução. Abraços.
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