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Medo,
angústia, frustração, tristeza são alguns dos sentimentos que algumas pessoas
portam quando se sentem sozinhas.
Mas, o que é
estar sozinha?
Por séculos e
séculos, ouvimos dizer que cada ser humano tem a sua alma gêmea, a sua cara
metade, a sua outra banda da laranja... Ouvimos que o ser humano é um ser que
vive no coletivo e que não sabemos viver sós.
Gostaria de
colocar alguns pontos de vista que eu tenho sobre isso.
Primeiramente,
tenho por convicção que Deus é Pai e não “carrasco”. Por isso, não acredito em
almas gêmeas. Não no sentido que falam por aí. A conotação que dão para isso é
de que, para sermos felizes, teríamos de encontrar alguém que nos faria sentir
essencialmente plenos, que nos complementaria e que a sua ausência
seria um martírio para a nossa alma solitária.
Pela concepção
que tenho de Deus (Poderoso, Bom, Justo, Amoroso...), Ele não criaria essa dependência
em nós porque não teríamos condições de compreender o amor do outro em toda a
sua, ainda, imperfeição. Da forma que sabemos amar, nossa relação com o outro
ainda é de muita cobrança, muita ilusão, muito egoísmo.
Vocês
poderiam afirmar que já encontraram um casal assim, mas afirmo que essas pessoas
não eram almas gêmeas, e sim somente pessoas que, como vocês, estão em pleno
crescimento e que, hoje, sabem-se amar da forma que eles mais anseiam.
Se assim é, possivelmente, nesta existência, eles tiveram a oportunidade de
poder reviver um sentimento antigo sem as mazelas de um relacionamento corrompido.
Talvez eles precisassem de uma existência mais calma neste sentido, para
poderem enfrentar outras tantas dificuldades que fazem parte de suas
superações.
Mas, o que é
o amor? É um sentimento gostoso que nos vincula a alguém ou alguma coisa. É o
único sentimento que sabemos criar em nosso mundo interior porque, sendo filhos
de Deus, somente poderemos fazer o que Ele faz: amar.
No entanto,
vocês me diriam que sentimos raiva, tristeza, mágoas, ódios... E eu os
respondo: todos derivados do amor que sabemos amar. O que é o ódio, senão o
amor violado? O que é a mágoa, senão o amor decepcionado? O que é a tristeza,
senão o amor desmotivado? O que é o egoísmo, senão um amor exacerbado por nós
mesmos? Tudo o que sentimos deriva-se do amor, mas um amor que foi transmutado
por nós, transformado pela nossa ignorância sobre as verdades divinas.
Vivermos numa
coletividade nos coloca à prova todos os dias, porque teremos de transmutar o
nosso amor o tempo todo em resposta ao comportamento do outro e, quanto mais
entendermos como fazê-lo sem prejudicar ao outro e a nós mesmos, mais perto de
vivermos uma vida plena, com o outro ou sem ele.
A
coletividade faz parte de nossa natureza. Desde o princípio, buscávamos o
coletivo para nos proteger, para procriar, para sobreviver às intempéries do
ambiente em que vivíamos. Essa coletividade está inserida nas leis divinas, através da Lei da
Sociedade que tem como objetivo, além de outros mais, um crescimento intelectual,
moral e emocional mais rápido para todos nós, mas nunca a escravidão de
sentimentos ou dependência entre nós.
Mas, se não
dependemos de ninguém, por que nos sentimos tão sós? Por que mesmo junto a
tantos, nos sentimos desamparados, tristes? Porque, pela nossa falta de
conhecimento, ainda não compreendemos que a pessoa que nos fará efetivamente
felizes está dentro de nós. A cada dia, buscamos em nosso mundo exterior a
felicidade, não percebendo que ela depende de como este ser enxerga a
vida.
Estamos sós
porque queremos viver uma vida que não existe. Os requisitos que numeramos para
que a felicidade possa estar na nossa vida, como riqueza, fama, inteligência,
influência, não farão qualquer diferença se não mudarmos a nossa forma de pensar.
Quantas celebridades
(portadoras desses requisitos almejados) estão perdendo suas vidas, sua saúde,
sua paz de espírito porque não deram a si mesmas a visão esclarecedora de que o
maior tesouro que temos de cultivar é o do espírito. E aí, chega o ponto que
quero lhes chamar a atenção: é nele que temos de nos curar da solidão. É em nós mesmos que precisamos achar a melhor companhia!
Se
compreendermos isso, alcançaremos a felicidade e a sensação de solidão não fará
parte de nós. E toda e qualquer companhia que conosco esteja estará ampliando, mas não completando a felicidade que já
possuímos.
Adriana mais uma vez seu texto me fez refletir e em especial esse tema me trouxe maior clareza em tudo que busco compreender. Somos sim seres interligados mas não dependes. A nossa Felicidade já está em nós, no reconhecimento de quem somos. Gratidão
ResponderExcluirQue bom Roseli que estamos todos buscando essa nossa independência, mas com a certeza de nossa ligação sublime como irmãos em crescimento. Abraços.
ExcluirAdriana obrigada por nos presentear com essas singelas e sábias palavras,que nos tem ajudado muito a refletir sobre o nosso mundo interior ! Muito obrigada.
ResponderExcluirOlá Elisangela! Sou eu que agradeço por vocês estarem aqui sempre comigo, nesta missão íntima de buscarmos um crescimento sincero. Que Jesus continue nos abençoando para que conquistemos os nossos sonhos de superarmos as nossas dificuldades e seguirmos em frente sempre.
ExcluirAbraços fraternos.
Quando entendermos que a solidão é um sentimento, e não um estado social, talvez possamos combater a maioria dos problemas que temos, inclusive depressão. Estar sozinho às vezes é necessário para podermos pensar sobre a nossa própria vida, reavaliar sentimentos, ações. Mas isso não significa que sejamos solitários. Temos amigos, colegas de trabalho, pessoas que frequentam alguma instituição, pessoas que passam pela gente todos os dias e sequer nos dignamos a dar um bom dia. Então, a solidão é um sentimento que se escolhe. E que possamos aprender que se escolhemos a solidão, podemos escolher sair dela também abrindo-nos para o mundo. Grande abraço.
ResponderExcluirMuito úteis as suas considerações, Henderson! Que assim seja!
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