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Tenho visto muitos artigos ou
mensagens nas redes sociais que falam sobre as nossas posturas diante do
próximo. Dentre elas, a distinção entre estarmos simpáticos ou empáticos uns
com os outros.
Pelo que pude perceber, tais posturas
são primeiramente ações, aptidões. Tanto uma como outra, leva-nos a agir com o
próximo com carinho e respeito, até mesmo com amor. Uma, no entanto, a empatia,
nos leva a nos colocar no lugar da outra pessoa, agindo e pensando como ela se estivéssemos
na mesma circunstância. Ela é uma aptidão que conquistamos para nos identificar com o outro,
sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira
como ele aprende etc.
Já a simpatia, é uma atração que provocamos na outra pessoa. É um sentimento de reconhecimento ou consentimento que se desperta no
outro. Percebemos assim que a simpatia pode provocar um afeto que faz com que
duas ou mais pessoas se mantenham unidas. A
simpatia é uma tendência para nos solidarizarmos com algo ou alguém.
Bem, seguindo
com esse raciocínio, podemos ser empáticos e simpáticos em situações positivas
ou negativas. Mas, como nas primeiras (positivas) não existe muita complexidade na atuação
destes, vamos nos ater às segundas situações.
Pensemos em alguém
necessitado de compreensão. Então, buscando uma imagem metafórica, seria
perceber que alguém está cavando um poço profundo abaixo de si sem parar.
Quando percebemos e chegamos próximos, podemos nos jogar de cabeça naquele
buraco para resgatar esse ser, ou ficar à margem, chamando-o e indicando onde
se encontraria a escada que depositamos no buraco e que o auxiliaria a enxergar
a sua ação e, por consequência, a saída. Mas, seriam somente essas as atitudes
que poderíamos tomar? Verdadeiramente não. Então, vejamos.
Se eu me jogar
de cabeça, como farei para sair do buraco aberto pelo meu próximo? Como enxergarei
claramente se não busquei pensar, lá no topo, qual seria o meu próximo passo
após convencê-lo de que ficar ali não o levaria a solucionar o seu problema?
Antes de
qualquer atitude, preciso entender o que está acontecendo, seja com a pessoa
que está precisando do auxílio, seja comigo mesma. Preciso ser franca e me
questionar: tenho condições para abraçar essa tarefa? Se eu estiver lá dentro
com ele, poderei ajudá-lo a sair ou acabarei como ele? Tenho instrumentos para
sair dali depois, seja sozinha seja com ele?
Claro que sair
dessa situação será uma atitude individual, motivada pelo livre arbítrio de
cada um. Para aquele que desce em auxílio, é mais do que necessário ter o
entendimento de que não pode ficar lá embaixo por muito tempo. Isso porque
não estaremos incentivando o outro a sair se ele estiver confortável conosco ao
seu lado. Não são poucas às vezes que o outro se joga lá embaixo porque
acredita que será a única forma de ser lembrado ou amado. Diante dessa manobra
inconsciente dele, somente o levaremos a sair dali quando ele perceber que
poderá ser amado fora dali. Claro que poderemos descer tantas vezes quantas
forem necessárias, mas o tempo que dispusermos ali também terá que ser
proporcional à vontade do outro de se libertar de suas correntes.
São atitudes
maduras que temos de enfrentar, porque muitas vezes, por algumas experiências entrarem
em nossas vidas, pensamos que temos de abraçá-las, mas isso não é real. Já me vi
me jogando dentro do poço atrás dos meus amores, não percebendo que, por eu estar
lá com eles sem o raciocínio que liberta, muita dificuldade tive para ajudar a sairmos
todos de lá!
Vocês poderiam estar pensando que
esse é um raciocínio mesquinho, porque se um parente, filho, companheiro,
estiver mal, por não acreditarmos que temos capacidade ou por não podermos
ficar lá por muito tempo, deixaremos de ajudá-los, abandonando-os? Não, não é
isso. O que significa é que, se eu sou empático àquela pessoa, ou seja, se
consigo compreender o seu ponto de vista, me colocando até em seu lugar, terei
que, ao descer no buraco, estar com todos os instrumentos que possuo para sair
dele depois. Se eu consigo enxergar a sua dor, não significa que eu a queira
senti-la a ponto de me impossibilitar ajudar a quem eu tinha como alvo do meu
auxílio. Senão, serão dois atolados necessitando de ajuda!
Ainda, tenho
que ser muito sincera comigo, porque talvez não tenha que ser eu a retirá-lo de
lá. Se eu estou incapaz de ajudar pessoalmente, posso buscar quem possa fazê-lo
por mim (outro instrumento, outra ferramenta de auxílio).
Para tudo
isso, ainda seria necessário que sejamos simpáticos aos olhos daquele que se deixou
cair, porque nesta relação, se ele não sentir a conexão conosco, nossa intervenção
poderá não adiantar naquele momento.
Mas, friso que
somos quem somos e Deus sabe disso. Se estamos na vida de alguém, ele poderá
necessitar de nós como somos, às vezes, simpáticos, às vezes empáticos, às
vezes, antipáticos e nada compreensivos.
Então, a melhor postura é sermos nós mesmos, sempre tentando nos colocar no lugar do outro e amando a vida e o próximo da forma que sabemos, para que a empatia e a simpatia se transformem em nossos instrumentos de auxílio.
Acho que ser simpático ou empático depende da situação do próximo. Cabe a nós avaliarmos a melhor atitude. Porém, em todas as situações devemos buscar o respeito. Dessa forma fica mais fácil decidirmos se seremos simpáticos ou empáticos.
ResponderExcluirTenho para mim que sermos simpáticos ou empáticos se faz de forma bem natural, tendo o respeito como ferramenta para o nosso convívio social.
ResponderExcluirAdorei.
Abraços fraternos.