Mediunidade na programação de uma vida – Parte Final



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Em nosso artigo anterior, deixamos uma pergunta a ser respondida: “Mas, e se, apesar de todo o planejamento, quando chegarmos ao plano da carne, não aceitarmos a nossa tarefa medianímica?”.
Antes de chegarmos ao plano material, tudo é programado segundo a nossa capacidade de vivenciarmos as experiências e de nos superar como indivíduos: em que país; em que estado; em que cidade; quais os costumes lá existentes que poderiam servir de facilitadores ou de dificultadores ante as tarefas a serem abraçadas ou superadas; em que família; quais os amigos e simpatizantes de nossas escolhas teremos; e muito mais.
Todos esses fatores são analisados antecipadamente para que nos sintamos fortalecidos e tenhamos “poucas surpresas” a enfrentar. Nem é preciso dizer que tamanha preocupação também é estendida à tarefa medianímica que aquele filho de Deus desejou abraçar.
Não é novidade, porém, que, sob o revestimento carnal, o médium pode se “esquecer” do porquê de tanto esforço para se preparar para a tarefa mediúnica, pois, se tudo isso estivesse impregnado nele, não necessitaria reencarnar para aprender.
Então, quando vivencia as suas experiências na matéria, quando abraça os prazeres deste mundo, deturpando os novos conceitos que tentou trazer e vivendo os seus vícios comportamentais de séculos, quando teme não dar conta de seus propósitos e por isso se esconde de si mesmo, esse médium está somente repetindo os equívocos de outrora e se dando todas as “justificativas” para não fazer quaisquer mudanças interiores, apesar de, na erraticidade, ter feito cursos, visitas a casas espíritas, comprometimento com os trabalhadores espirituais que com ele iriam laborar no tempo de sua encarnação etc, com o intuito profícuo da conscientização de si mesmo.
Diante dessas desculpas, esse médium pode querer se descompromissar porque sabe, consciente ou inconscientemente, que seguir a Jesus não é fácil e que a sua tarefa mais preciosa seria se superar a cada dia; abandonar (pré)conceitos, que o colocam em uma postura cômoda diante dos percalços da vida, trazendo-lhe a necessidade de realizar mudanças drásticas em seu viver.  
Por exemplo: se ele sempre foi avesso ao diferente (preconceituoso), ele poderá fazer uma escolha, ainda no plano espiritual, de vir em uma sociedade ou em uma família que, semelhante a ele próprio, não se esquiva de criticar e julgar as opções que divergem de seus valores. Para tanto, esse médium terá se preparado, no plano imaterial, para enfrentar tais dificuldades e buscar a compreensão dessas ideias que, afinal, não se distinguem das dele pelos preconceitos que já traz em seu templo interior. Poderíamos, logo de início, pensar que esse ambiente em que vive somente alimentará em seu coração a postura viciada que já portava, mas, ao contrário, ele pode já ter ferramentas para, vendo em seu próximo a sua imagem, se escandalizar e fazer diferente!
Isso só demonstra que essa existência, de vir como médium, é uma prova pessoal, escolhida “a dedo”, para o seu crescimento íntimo. Percebemos, por consequência, que não somos jogados “aos leões” sem qualquer instrumento de defesa. Podemos, todavia, ao nosso bel prazer, nos utilizar dessas mesmas razões para nos fazermos resistentes e não abraçarmos a tarefa mediúnica.
Assim, enquanto médiuns, podemos lutar contra aquilo que programamos para nós, nos agarrando a todo e qualquer tipo de justificativa para não aderirmos a esse trabalho. A ironia é que, muitas delas (justificativas), seriam as que teríamos de superar em razão do nosso propósito de mudanças, mas, por sermos portadores de livre-arbítrio, não somos obrigados a abraçar aquilo que antes acreditávamos ser a única ou, pelo menos, a mais apropriada experiência que nos faria superar as nossas mazelas.
Diante dessa realidade, não devemos reclamar se tivermos de vivenciar as consequências dessa mesma escolha, porque estarmos inativos na tarefa mediúnica não torna inerte a mediunidade que portamos. Ela estará lá, sem controle, sem entendimento.
Relembro aqui o exemplo que usamos nos artigos anteriores sobre as espinhas em nosso rosto. O fato de elas aparecerem na puberdade não significa punição, mas sim que precisamos passar por elas para chegarmos à fase adulta. Mas, ainda que não seja uma punição, precisaremos cuidar delas para que não infeccionem. A mediunidade também necessita de cuidados. Se a portamos, precisaremos saber como lidar com ela para não sofrermos com os seus efeitos. Daí entra a necessidade do médium, em algum momento, de se deparar com outro médium para lhe ser dito que ele é um intermediário entre os dois planos e que a sua mediunidade precisará ser educada.
Daí para frente, toda escolha feita por este obreiro o levará às consequências que sempre o auxiliarão em seu processo de crescimento, porque abraçando ou não a missão mediúnica, o tarefeiro terá inúmeras oportunidades de aprendizado, tendo a sua mediunidade educada ou não.
Abraçarmos a tarefa medianímica (ou não) é uma escolha, como também é uma escolha vivenciarmos os amplos benefícios de educarmos aquilo que trazemos conosco como instrumento de crescimento interior.
O restante é consequência a ser vivenciada em nossa existência, a enxergando benéfica ou não.


4 comentários :

  1. Bom dia Adriana, amei o texto. Amo a minha mediunidade! E tenho orgulho em dizer que quanto mais eu estudo, mais eu aprendo e amo.
    Mais não gosto de falar da minha mediunidade.
    As pessoas acham que você tem que falar algo da vida delas só porquê você é médium.
    Não me sinto confortável com isso.
    Por isso prefiro ficar em silêncio.
    Beijos no coração!

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    1. Interessante essa sua visão, Rosilene.
      Realmente, muitas pessoas ainda não entendem que o médium é um ser como outro qualquer que está lutando as suas batalhas interiores diariamente e que não é adivinho somente pelo fato de ser médium. Mas, tenho fé que tudo isso será ultrapaassado, porque todos nós temos a capacidade de nos conhecermos e não buscaremos no outro as respostas que estão em nós.
      Obrigada pelo comentário.

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  2. Adorei o texto. Linguagem acessível a todos e muito esclarecedor.

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