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É engraçado
pensarmos como pode ser inestimável o vazio que sentimos em nosso ser!
Mas, se pensarmos em algumas de suas utilidades,
veremos o quanto ele é especial.
Esse vazio
existencial, normalmente, é produzido, gradativa e inconscientemente, por cada
um de nós, em razão de alguma “perda” que acreditamos ter tido em nossa vida. E
essa perda nos provoca muita dor.
Só
percebemos que algo não está indo bem se tivermos o hábito de olhar para nós
mesmos.
Como é sabido,
nós não gostamos de sofrer, então, agiremos, consciente ou inconscientemente,
para que não sintamos com profundidade qualquer dor.
Quando
estamos acostumados a olhar para dentro de nós, realizamos essa tarefa,
racional e conscientemente, nos dando a chance de buscar em nossas crenças as
respostas para não sofrermos intensamente. Devagar, conseguiremos o nosso
intento, porque, sabendo o que nos incomoda, não sofreremos tanto ou por tanto
tempo.
A maioria de
nós, entretanto, não tem o hábito de se analisar rotineiramente, o que pode
provocar a vivência de suas dores de uma forma muito inconsciente e a longo
prazo. Se assim é, quando nos deparamos com a perda de alguém ou algo que nos é
caro, sofremos com intensidade, a mesma com que amamos esse ser ou o seu
significado em nossa vida.
Se acreditarmos
que perdendo alguém ou alguma coisa, ficará em nós esse vazio, representado por
um “buraco em nossa alma”, enquanto não
o preenchermos, ele nos atormentará e provocará uma sensação de solidão que,
com o passar do tempo, parecerá insuportável.
Por isso, por
ser gradativo e inconsciente o seu agravamento, acabamos tendo dificuldade de perceber
que usamos subterfúgios defensivos para tapar esse buraco! É aí que começamos a
comer demais, a beber demais, a comprar demais, a falar demais, a nos afastar
demais daqueles que fazem parte da nossa vida.
O problema é
que apesar de no início essas atitudes maquiarem a dor, elas não vão nos salvar
da avalanche de sentimentos que estaremos acumulando, em razão daquele vazio. Com
o passar do tempo elas se tornarão vãs e sem sentido.
Será a partir
daí que conseguiremos enxergar os nossos conflitos interiores, porque nada mais
conseguirá maquiar a dor e a perda sentidas, aí então teremos condições de nos
movimentar para as mudanças que são tão necessárias para o nosso crescimento
como seres divinos.
Vocês já
devem estar se perguntando como o vazio é inestimável para o nosso ser. É simples: se caímos nessa armadilha de sofrermos diante de algo que perdemos é porque
estamos vivendo a nossa existência baseada em uma mentira. O que é verdadeiramente
nosso, nós não perdemos. Se achamos que perdemos, é porque tínhamos criado uma
verdade deturpada, acreditando que poderíamos manter uma relação equivocada de
propriedade com alguém ou alguma coisa que, na verdade, jamais nos pertenceu e
isso precisava ser, em algum momento, revisto por nós.
O ponto é
que, se precisamos aprender essa lição, mas, passar por essa dor está sendo
insuportável, é porque necessitamos de um tempo para poder senti-la e
superá-la. Esse tempo nos foi dado pela construção desse vazio e pelos efeitos
que ele produziu para que, no tempo certo, pudéssemos fazer tais mudanças.
Se todos nós
só nos permitimos mudanças significativas quando algo nos incomoda, esse vazio será
o instrumento precioso e necessário que adotaremos quando dele precisarmos. E
será a partir dele que daremos passos mais seguros para o nosso crescimento
individual e fortalecimento de nossas crenças nas verdades divinas que nos
regem, apesar das dores sentidas.
Portanto, nosso vazio existencial será inestimável, enquanto
necessitarmos dele.
Adriana, sempre com sabedoria,abrindo nosso horizonte da compreenção d'alma.Muita luz pra tu. Bjão
ResponderExcluirQue maravilhoso que a compreensão está sendo adquirida, Jussara.
ExcluirVamos juntas aprender sempre mais.
Abraços fraternos.
Muito boa reflexão. Acho que o vazio é algo que sempre nos acompanhará, pois como seres insatisfeitos que somos, sempre vai faltar algo. Acho que temos que achar um equilíbrio entre o que consideramos perdas e ganhos, e buscar ver sempre o lado bom das coisas. E principalmente entender que nem tudo nos é permitido ter.
ResponderExcluirE isso nos faz pensar, não é, Henderson?
ResponderExcluirObrigada por estar sempre nos auxiliando ao raciocínio. Abraços fraternos.