Em uma conversa muita animada com
uns amigos, saí me perguntando o que nos impede de fazer para nós o que já
sabemos que é certo? Fazer uma dieta, se estamos passando mal; entrar em uma
academia, se estamos tendo problemas musculares ou físicos; sair de um emprego,
se ele não me faz feliz; abraçar uma nova postura de vida se a que temos nos
desagrada ou até nos machuca em praticá-la...
É engraçado como a gente luta
para não fazermos algo diferente! É engraçado como a gente resiste em tomar atitudes
novas, mesmo quanto está claro para nós que elas são extremamente necessárias!
Então, o que nos impede de realizá-las?
Cada um de nós tem o seu motivo
pessoal (certo ou não) para não querer abraçar aquilo que já consegue enxergar
como necessário para o seu bem estar.
Dando um exemplo bem do
cotidiano: aquela pessoa que está cheia de dores na coluna e o médico afirma
categoricamente que ela necessita fazer exercícios para o fortalecimento da
musculatura de suas costas. Ela sai do consultório dizendo que buscará uma
academia, mas os dias passam e ela enrola e não toma providência para
matricular-se. O tempo inteiro afirma que odeia academia e que fará isso porque
precisa, mas, no “frigir dos ovos”, ou não vai ou se vai, para de ir pouco
tempo depois. O que acontece com ela?
Como eu disse antes, cada um tem
o seu motivo e ele, não se iludam, é extremamente
importante para essa pessoa, mesmo que ela não saiba conscientemente que motivo
seria esse. Por incrível que pareça, fazemos muitas coisas na vida que não
percebemos o que nos move. Podemos dizer simplesmente que gostamos (ou não) de
algo e por isso o fazemos (ou não), mas, na maioria das vezes, esse gostar (ou
não) está escondendo os reais motivos de nossas ações.
“Eu tenho um marido que me bate”,
diz alguém. “Mas, eu não posso sair de casa porque não tenho para onde ir.” Se
esta pessoa fizesse uma análise muito pessoal de seus sentimentos e emoções
veria que não é “porque não tem para onde ir” que a impede de sair de casa.
Normalmente, essa pessoa tem
outros motivos, muito mais profundos e pessoais do que os que ela suporta para
não fazer mudanças em sua vida. Eles são ainda tão fortes para ela que, apesar
das dores sentidas, não consegue mudar a sua situação... até que um dia o “
deixar de apanhar” se tornará o motivo primário de sobrevivência e ela sairá de
casa, ultrapassando todos os seus motivos anteriores mais ocultos.
Usei um exemplo que choca, mas
isso também serve para outros mais amenos, como no exemplo acima da academia.
Quantas vezes precisamos sentir dores insuportáveis para sairmos da inércia e
entrarmos em uma academia? E depois, temos a tendência de sairmos dela quando a
dor ameniza. Voltando a dor, retornaremos (ou não) para os exercícios, torcendo
para que, executando-os (ou não), fiquemos bem.
Interromperemos esse ciclo
somente quando percebermos que essa nova postura é necessária e não dá (ou dá?)
para voltarmos ao estado de inércia que vivíamos antes.
É uma atitude muito inteligente
buscarmos parar um minuto e tentar verificar em nosso ser se o motivo
predominante que nos impulsiona a agir como agimos deveria continuar
prevalecendo, apesar da necessidade que surgiu em nossa vida.
Esse é um espelho da vida:
agiremos como sempre agimos até que algo (dor) nos impeça de continuar. Se acontecer
deste algo (dor) não mais existir, insistiremos em voltar ao conforto das ações
do pretérito (inércia) até que outro algo (dor mais agravada) nos exija
reformulação de atitudes (sair da inércia), até que a gente perceba que não dá
mais para continuarmos naquelas atitudes equivocadas do pretérito.
Dietas, exercícios, término de
relacionamento... são atitudes que nos exigem mudanças de comportamentos, que
nos exigem sair do que conhecemos e vivermos o desconhecido. Tudo isso pode
assustar, tudo isso assusta a muitos de nós!
Confiemos que podemos fazer essas
escolhas. Confiemos que estamos preparados para enfrentar essas novidades. Nem
sempre poderemos ter o domínio de tudo, mas antes de nós, Deus domina, Deus
sabe, Deus nos quer bem. Entreguemos a Ele o domínio e vivamos com a certeza de
que não estamos sozinhos nos percursos de nossa jornada, dando-nos a
oportunidade de abraçarmos o que é novo e melhor para nós.
Obrigada pelo lindo texto!
ResponderExcluirDC
Boa tarde!
ResponderExcluirSou eu que agradeço o retorno, DC.
Abraços no coração.