Engraçado pensarmos que a
resposta é óbvia, mas infelizmente ela não é.
Para muitos, a resposta seria:
“Claro que não, porque para onde formos, eles irão conosco!”.
Essa frase é repetida por muitos
de nós a cada dia, mas, o que não percebemos ainda é que a ação de “fugir dos
problemas” está mais do que intrínseca em nosso contexto diário.
Pensem comigo: quantas vezes nós
agimos, defensivamente, fugindo de problemas que acreditamos, consciente ou inconscientemente, estarem
fora de nossa capacidade de enfrentamento? Quantas vezes escondemos as nossas
emoções com desculpas ou justificativas esfarrapadas, mascarando os nossos sentimentos? Praticamente, todo dia! E, diante
destas situações, agimos, na maioria dos casos, inconscientemente para encobrirmos os nossos verdadeiros
sentimentos ainda não trabalhados!
São muitas e muitas vezes que,
diante de uma situação traumatizante (seja ela flagrante ou não), afirmamos estarmos
muito bem, não reparando que, a partir dela, iniciamos um comportamento nocivo
para encobrirmos o que nos incomoda!
Como dizíamos, o interessante é
que nem sempre o que vivenciamos é para nós visivelmente traumatizante. Reagimos
num impulso ante o fato e, se não
estivermos atentos, nem perceberemos o quanto aquilo nos incomodou, deixando-o
passar despercebido. O ponto fundamental, no entanto, é que algo aconteceu em
nosso mundo interno e esse algo nos moverá para que o flagremos e o
solucionemos o quanto antes. Daí é que vem o tal comportamento nocivo...
Me respondam: o que nos faz parar
para pensar e fazermos mudanças? Sem sombra de duvida são os nossos
comportamentos equivocados que, normalmente, são realizados por nós contra nós
mesmos e/ou os seus efeitos nos afetam diretamente.
Quantos de nós começamos a comer
além do que precisávamos ou a beber ou a fumar? Em cada um dos casos, algo nos provocou uma reação que, a
princípio nos era prazerosa, mas que se voltou contra nós em algum momento.
Temos que ter consciência que comer
é ótimo, beber não é mal, mas o problema é a exacerbação destas ações. Fumar, no
início, traz satisfação a quem fuma, mas pode causar enfermidades horríveis no
futuro!
Outros exemplos também podem ser
mencionados: ir a academia, por horas a fio, e não conseguir imaginar ficar um
dia sem o exercício; não conseguir parar de jogar Games ou sair
das redes sociais; fazer inúmeros procedimentos estéticos que alteram o seu Eu
exterior a ponto de não mais se identificar a pessoa que você era... Todas
essas singelas atividades aqui mencionadas são ações que se iniciaram de forma
branda, mas que se tornaram vícios escravizantes que foram sendo angariados para
suprirem algo que parece que foi perdido por nós.
E, pelo pouco que percebemos, o algo tem tudo a ver conosco!
Várias são as facetas que
colocamos para mascararmos os nossos problemas que, em muitos momentos, não os
identificamos porque não estamos atentos às nossas próprias necessidades. E isso é muito ruim! Se nós não
sabemos o que nos incomoda, ou pior, nem sabemos, ainda, que algo está nos
incomodando, como conseguiremos nos libertar daquilo que está nos fazendo mal? Quanto tempo levaremos para agirmos a nosso
favor?
Hoje, temos mais condições de nos
conhecer, porque buscamos com menos preconceito o nosso crescimento íntimo.
Buscamos entender as controvérsias vividas por nós nas experiências da vida e não
ficamos mais satisfeitos na escuridão de nossa própria existência.
Por isso, a cada passo que damos
em prol de nós mesmos, percebemos com mais facilidade a nossa tendência de realizar um ou outro comportamento mais
lesivo e, por consequência, menos tempo levaremos para percebermos que
deveremos mudar o rumo de nosso comportamento e buscarmos caminhos mais verdadeiros
para solucionarmos os nossos problemas.
Se eu como para preencher um vazio,
que eu, verdadeiramente, não fuja de meus problemas, dando-me a capacidade para
compreender o que é este vazio. Assim, eu o solucionarei, não utilizando-me de
subterfúgios que, possivelmente, me escravizariam à comida para me sentir
satisfeita, porque, em algum momento, o que eu estou plantando neste processo
de fuga me trará “frutos” e nem sempre eu os desejarei colher na minha vida.
Dizia Jesus: “Orai e Vigiai”.
Que possamos vigiar o que está em
nós para que, nos momentos que precisarmos,
ajamos em prol de nós mesmos, exercitando a nossa fé, sabendo que, com
Jesus, jamais estaremos sós em nossa empreitada evolutiva.
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