A felicidade mora ao lado?


Gostaria muito de conversar com vocês sobre o objetivo divino que todos temos de nos tornarmos espíritos felizes.

O que é sermos felizes? A felicidade é algo que pensamos que todos a sentem igual, mas, ao contrário, é algo bem particular.

Podemos vincular a nossa felicidade a presença de alguém, a existência de um bom emprego, a atingirmos a maternidade ou a conquistarmos algo precioso para nós. Para cada pessoa a felicidade pode estar vinculada a uma meta fixada por ela e enquanto não a atingir, não se sentirá feliz.

Só fico imaginando que, se assim for, se essa realidade estiver vinculada às leis divinas que nos regem, então, algo está muito errado. E, com certeza, se algo está errado, não podem ser as leis perfeitas e imutáveis do Pai. Certamente, o erro está em como interpretamos as nossas ferramentas de evolução.

Vamos raciocinar? Deus, em nenhum momento, vincularia a nossa felicidade a existência de algo para nos completar! Ele não determinaria que alguém ou alguma coisa poderia ser o cerne de nossa eterna felicidade, porque nada nem ninguém nos acompanhará para onde temos de ir. Se assim é, como poderei continuar feliz se quando eu desencarnar todos os meus amores não poderão estar comigo ou os bens materiais que imagino possuir se degenerarão com o efeito do tempo?

A felicidade está em algo que jamais deixaremos para trás: nós! E se está em nós, simplesmente, ela é o reflexo de como enxergo a vida que vivo com as conquistas que conquisto! Retórica? Não, simplesmente é o que é!

Para que isso seja válido, preciso entender algo muito mais simples: as coisas são o que são, as pessoas são o que são e a vida é o que é! Não lutemos contra os fatos!

Explico para quem não está me entendo ainda: se algo desagradável acontece com você, qual seria a sua reação? Possivelmente, fará com que esse algo fique muitas vezes pior! Alimentará esse algo com culpas e preocupações que não lhe cabem, porque se esse algo está na sua vida foi para lhe trazer ensinamentos e não para puni-lo por atos equivocados de seu pretérito.

Existe uma historinha fantástica que explica isso. Tentarei resumi-la aqui:

“Era uma vez, em uma vila, um senhor que tinha um filho e alguns cavalos, dentre eles, um belo alazão. Muitos vinham de longe para comprá-lo por um preço bastante vantajoso para o seu dono, mas este nunca quis vendê-lo. Os vizinhos sempre criticavam o velho porque ele não vendia o animal e que, com certeza, aquele dinheiro iria trazer-lhe tranquilidade financeira, mas ele dizia que não precisava vendê-lo ainda. Certo dia, porém, quando o seu filho foi ao estábulo, percebeu que o cavalo não estava mais lá. Todos da aldeia, quando souberam, vieram para prestar seus sentimentos. Todos afirmavam que ele tivera muito azar, porque se o tivesse vendido, não teria perdido todo aquele dinheiro prometido. Diziam que o cavalo tinha sido, provavelmente, roubado por um daqueles que tentaram comprar o animal e não conseguiram. Para todos o senhor somente dizia: “não sei se foi sorte, não sei se foi azar, isso só a vida dirá. O que sei é que o cavalo não está no estábulo”.

Dias depois, o alazão retorna ao seu lar acompanhado de lindos cavalos selvagens. Quando souberam, os vizinhos retornaram à sua casa afirmando o quanto a família tinha sorte, porque agora em vez de um, eles tinham muitos alazões; que o cavalo não tinha sido roubado, mas sim, fugido. Diante de todos, o senhor dizia: “não sei se foi sorte, não sei se foi azar, isso só a vida dirá. O que sei é que antes o cavalo não estava aqui e agora ele voltou e trouxe os outros”.

Com a vinda dos cavalos, o filho resolveu domá-los e, em um certo dia, ao fazê-lo, caiu e quebrou as duas pernas. Os vizinhos retornaram ao seu lar e diziam o azar que a vinda daqueles cavalos tinha sido para aquela família, pois o seu filho agora estava aleijado. O senhor somente dizia: “não sei se foi sorte, não sei se foi azar, isso só a vida dirá. O que sei é que o meu filho agora está com as pernas quebradas”.

Poucos dias depois, veio a guerra naquela localidade e todos os jovens rapazes foram recrutados, mas, diante do estado de saúde do filho do senhor, este foi recusado, pois não seria útil nos campos de batalha.”

A vida é simples! Não precisamos sofrer com as circunstâncias que nos chegam, porque não temos noção do que a vida nos trará como aprendizado. O importante é enxergarmos que a vida é feita de fatos e a única coisa certa é que se mantivermos a fé de que o trem da vida não descarrilha de seus trilhos, viveremos na serenidade que a felicidade que aprendemos a sentir nos trará.

Que possamos enxergar a beleza da sabedoria divina em todas as experiências, boas e não tão boas, porque, assim, deixaremos de nos sentir como vítimas, não sofreremos com as angústias construídas por nós em cada uma dessas experiências e, ao final, entenderemos a nossa verdadeira posição de aprendizes em cada estação de nossa vida.

A felicidade mora ao lado? Não, ela está em nós! Para senti-la, no entanto, só depende do nosso querer!!


2 comentários :

  1. Respostas
    1. Tenho certeza que, devagar, vamos colocar tudo isso em prática, Clara, e vamos conseguir atingir essa felicidade almejada.
      Abraços fraternos.

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Abraços fraternos.

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