Sei que parece um assunto muito
tarimbado; que muitos foram os textos já formulados sobre isso, mas
acho que nunca é demais firmamos convicções salutares sobre o assunto em
questão.
Vi um vídeo, nas redes sociais, que me inspiraram para a
confecção desse texto. Trago-o num resumo feito por mim:
“Dois meninos
andavam por uma estrada de terra, quando viram um par de sapatos e um casaco
velho bastante desbotados, depositados, cuidadosamente, ao lado da estrada.
Viram, ao longe, um rapaz que trabalhava na lavoura embaixo do sol que já o
castigara quase todo o dia. A primeira reação do mais novo foi fazer uma
brincadeira com o dono daqueles objetos e escondê-los para darem boas
gargalhadas com o seu desespero. Mas, o mais velho trouxe-lhe uma ideia
diferente. Vendo que os objetos deveriam ser de alguém bastante pobre, em vez
de escondê-los, que eles colocassem uma moeda de valor dentro de cada um dos
sapatos e aguardassem escondidos. O menino brincalhão, meio contrafeito, porque
isso não parecia ser nada divertido, atendeu ao amigo. Logo após terem se
escondido, o rapaz deu por terminada a sua tarefa, vindo buscar os seus
pertences para retornar ao seu lar. Quando ele colocou o primeiro sapato,
sentiu algo dentro dele e, rapidamente, tentou descobrir o que poderia ser
aquilo. Sua surpresa foi tamanha. Olhou para um lado e para o outro, não
conseguindo ver, contudo, os meninos que estavam bem escondidos. Ele guardou a
moeda em seu bolso e ao colocar o segundo pé teve a mesma boa surpresa.
Emocionado com aquela benção divina, ele ajoelhou-se ali mesmo na estrada e
agradeceu, verbalmente, aos Céus por aquele presente que chegava em um momento
tão oportuno, quando sua esposa estava tão doente e seus filhos passando tanta
fome. Mas, ele não se levantou antes de rogar as bênçãos do Senhor para aquelas
pessoas desconhecidas que trouxeram o alento tão necessário à sua família. Ele
foi embora, mas deixou para traz uma lição que jamais aquelas crianças
esqueceriam: melhor o sorriso de uma ação caridosa em prol do próximo, do que
gargalhadas pelo desespero de um semelhante!”¹
Esse vídeo me emocionou muito,
porque ele me fez lembrar de uma experiência que tive em uma sala de aula
quando eu tinha pouco mais de dez anos. Após a matéria ter sido dada, a
professora resolveu levantar alguns questionamentos sobre o que tinha sido dado
na aula. Muitos já tinham respondido, mas, quando uma de nossas amigas foi
chamada, ela, nervosamente, não conseguiu responder, gaguejando demais. Todos
riram, inclusive eu, porque, como numa corrente marinha, aquele gesto da
maioria me fez segui-los. Qual foi a nossa surpresa quando ela começou a
chorar! Meu coração se despedaçou, porque eu sabia, ou imaginava, a dor sentida
por não ter sido apoiada por aqueles que ela considerava seus amigos. Me senti
pequena, me recriminei por ter me deixado levar pelo comportamento alheio, mas,
sabia que tinha sido uma escolha minha seguir a maioria sem raciocinar as
consequências para aquela preciosa amiga.
Essa experiência foi muito
importante para mim. Ela me mostrou que, independentemente do número de
pessoas, muitos podem errar e que temos de ter cuidado com o nosso
comportamento, mesmo aquele mais simples. Acredito, sinceramente, que aquele
dia foi esclarecedor para toda a classe. Foi um dia glorioso, porque todos nós, quando vimos a sua reação, abaixamos a cabeça envergonhados pela dor provocada
em alguém que estimávamos. A professora também nos orientou e fomos até ela
pedir desculpas. Éramos crianças, com um coração milenar!
Precisamos nos colocar na posição
do outro e percebermos aquilo que nos desagradaria. Mas, o mais importante é
saber que o nosso exemplo pode servir para levarmos dores ou paz ao coração de
um irmão em Cristo. Infelizmente, esse exemplo pessoal que dei, serviu para
levar a dor, mas também, como tudo que vem do Pai, também serviu para aqueles
que queriam ver que toda e qualquer postura nossa pode fazer grande diferença na
vida do outro.
Aprendizado e Reflexão
Senti-me mais cristã depois dessa
experiência, porque estou mais vigilante às ondas que me chegam e querem me
levar para os caminhos mais tortuosos. Essas influências (espirituais ou
materiais) só chegam ao nosso coração quando estamos desatentos ou quando estamos
de acordo com as verdades a nós trazidas.
Acredito que, naquela época, eu
agi em ambas as hipóteses: ri, porque todos riram, numa atitude de desatenção
às necessidades alheias, mas, também agi assim porque não tinha (ou quem sabe ainda
não tenho!) o entendimento mais elevado impregnado em minha essência e, com
isso, fiz alguém sofrer pela minha ignorância. Assim, tenho certeza que muitas
experiências ainda terei de passar para confirmá-lo em mim.
Mas, se ainda não sou, só estou,
que eu esteja no máximo de meu aprendizado, colocando-o em prática como o
menino mais velho que viu uma oportunidade de ensinamento ao seu amigo e, sem
temer, propôs uma experiência mais valorosa para todos os envolvidos.
Não esmoreçamos diante do
desconhecido. Ajamos com o coração voltado para o bem e poderemos ter certeza
que o nosso exemplo será sempre o melhor.
[1]
Para aqueles que não viram esse vídeo e querem ver, eu o postei no dia 05 de
abril, na minha página no facebook – Adriana Machado I - Clique aqui para assistir ao vídeo.
Excelente texto !
ResponderExcluirNos ensina a seguir o caminho do bem e do amor, Nao nos deixarmos levar pelo turbilhão alheio.
Obrigada, Clara! Que possamos colocar em prática para a nossa paz interior. Abraços.
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