“Você agora reconhece que não agiu corretamente e está tentando se retratar. Você poderia simplesmente deixar para lá, porque o problema não é seu. Além disso, você jamais agiu ilicitamente ao cobrar os seus créditos. Mas, se o seu coração suplica pelo auxílio a essa família, faça a sua parte. Eu tenho certeza que Deus fará o resto, se for essa a Sua vontade.”
Machado, Adriana (2015-05-26). Perdão: a chave para a liberdade
(Kindle Locations 1374-1377). . Kindle Edition.
Hoje, gostaria de conversar com
vocês sobre esta passagem acima, do livro “Perdão, a Chave para a liberdade”,
de Ezequiel, que me chamou muita a atenção.
Vocês podem estar pensando porque
essa passagem é tão especial e eu lhes digo que fico imaginando, quantas e
quantas vezes, por não estarmos fazendo algo ilegal, mantemos um comportamento
que não nos faz bem ante a nossa consciência.
Quantas vezes nós agimos dentro
da lei, do que é socialmente aceito, mas não ficamos em paz conosco?
Bem, se for por experiências
particulares, acredito que inúmeras!
Primeiramente, precisamos
compreender que existe uma grande diferença entre o que já realizamos e o que
vamos realizar, agora, no presente.
Para que não nos percamos em
sentimento de culpa, quando nos flagrarmos nessa situação, devemos nos perdoar
pelas ações que realizamos no passado e que, somente agora, percebemos que elas
eram equivocadas. Se “somente agora” percebemos que fizemos algo errado é
porque crescemos um “tantinho” e esse “tantinho” nos fez enxergar os nossos
equívocos. E isso é muito bom!
Se, naquela época, agimos com
tranquilidade, não podemos agora nos condenar por não termos tido a visão que
conquistamos somente após um tempo e sob muitas experiências que nos fizeram
crescer. Para vivermos em harmonia, devemos nos submeter a uma análise cristã
de nós mesmos e de nossa real capacidade de entendermos o que era possível fazer
até aquele momento.
O problema está quando percebemos
que já tínhamos alguma noção do que era certo e, baseando-nos em justificativas,
realizamos a ação com uma dose de consciência “pesada”. Daí, quando nos
enxergamos mais à frente, vemos que poderíamos ter feito diferente.
Isso é verdade, mas “o quanto
poderíamos fazer diferente” também está em questão. Porque ainda que enxergássemos,
intimamente, que a nossa ação estava errada, essa visão não seria igual a que
nós possuímos neste exato momento do nosso presente.
Pensem comigo: se tínhamos
justificativas que nos moveram a agir como fizemos, então, observando a nossa
ideia do que era certo (no passado), elas (justificativas) foram suficientes,
fortes e convincentes para nós. Se já não são mais hoje, foi, repito, porque
crescemos e até mesmo aprendemos com os resultados (bons ou não) daquela
experiência.
Então, analisemos as nossas ações
do pretérito com os olhos de quem sabe que o que está no passado deve ser
corrigido no presente, sem as mazelas da condenação que nos imputamos e que nos
fizeram querer mudar o comportamento.
Se os nossos equívocos nos
atormentam ou atormentaram, utilizemo-nos deles para não os repetirmos agora.
Que possamos lembrar como dói nos depararmos com os efeitos de nossas ações
equivocadas, porque somos os responsáveis pelas ondas produzidas por nossas
atitudes impensadas. Quando agirmos no presente, deveremos levar em
consideração todos os nossos parâmetros para que não nos arrependamos depois.
Porque quando, no futuro, estivermos analisando as nossas ações de hoje,
saberemos que não deixamos de raciocinar o que seria melhor para todos,
inclusive para o próximo, e que a nossa escolha, foi a que melhor entendemos
realizar naquele momento.
Onofre, personagem do livro,
tinha agido no passado como entendeu ser o mais correto para a si e para sua
família, mas mesmo assim, lhe doeu a consciência. Para não sofrer, usou de
todos os subterfúgios que conhecia para defender-se da cobrança ostensiva de seu
próprio ser, mas com o passar do tempo, com os aprendizados que ganhou, ele
sentiu que precisava fazer algo para corrigir a sua atitude lícita, mas
dolorosa para si e para o seu semelhante.
O importante é entendermos que,
conseguindo, ou não, corrigir as nossas ações pretéritas, a libertação de
nossas culpas se dará, porque se a nossa vontade for sincera, não atingirmos o
nosso intento é um presente divino para todos os envolvidos.
A Sabedoria Universal age e reage
sobre todas as nossas atitudes. Acreditemos, portanto, que o melhor é o que sempre
colheremos.
“Mas, se o seu coração suplica pelo auxílio a essa família, faça a sua parte. Eu tenho certeza que Deus fará o resto, se for essa a Sua vontade.”
(parte final do trecho do livro acima)
Muito bom Adriana! Leitura excelente!
ResponderExcluirOlá, Feres! Que bom que gostou!
ExcluirQue consigamos colocar em pratica esses ensinamentos, porque de vez em quando titubiamos, não é?
Abraços!