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Ouvimos durante
séculos de nossos dirigentes religiosos que o sofrimento era um sinal de
elevação moral e, portanto, precisávamos dele para estarmos salvos.
Vivemos, durante
séculos e séculos seguidos, cultivando o sofrimento como instrumento de
depuração. Acreditávamos que tínhamos de sofrer para atingir o arrependimento
que nos impediria de repetirmos as nossas ações inconsequentes.
Tanto era assim,
que muitos fiéis tinham a autoflagelação como forma de mostrar ao “Senhor” que
eles estavam arrependidos de seus atos pecaminosos. (Infelizmente, alguns
acreditam nisso até hoje!)
Primeiramente,
precisamos entender que o sofrimento já foi para nós um instrumento valoroso de
auxílio. Ele nos dava o ensejo de interromper a trilha insana de nossas ações
irracionais, porque trazia para os nossos corações endurecidos a chance de pesar
as consequências de nossas realizações (assim acreditávamos, assim agíamos).
Explico: antes,
como não tínhamos tanto entendimento sobre a Justiça Divina, acreditávamos que as
leis do Pai incidiam sobre nós para nos punir de nossos erros e pecados. Então,
se errássemos, precisaríamos demonstrar para Ele que estávamos arrependidos. Se
mostrássemos remorso por nossos atos em vida, talvez não tivéssemos que viver
padecendo eternamente nas zonas infernais.
Agora, porém,
não há mais razão para utilizarmos do sofrimento como instrumento de impulsionamento
de nossas mudanças. Jesus nos trouxe Luz; nos trouxe o entendimento sobre as
Leis Divinas e estamos levando mais de dois mil anos para compreender o que Ele
quis nos ensinar.
Raciocinem
comigo: o que pensamos de alguém quando ele erra e não pede desculpas? Ou se
erra e não parece, no mínimo, chateado com o resultado de sua ação?
Acredito que
todos, ou uma grande maioria, vai responder que ele não se arrependeu de seus atos.
E, pior, acredito que pensaríamos, também, nestes casos, que a pessoa
reincidirá no “erro”.
Julgamos assim,
porque temos em nós esse conceito de que para cada erro flagrado há a
necessidade de nos admoestarmos e de demonstrarmos para nós e para o mundo que
sabemos que erramos. Todo criminoso é orientado por seu defensor a entrar no
grande Tribunal do Júri de cabeça baixa, porque senão a condenação virá, com
certeza.
Nós necessitamos
ver que o outro está de cabeça baixa, que está arrependido. Se pensamos assim
em relação ao outro, também pensamos assim em relação a nós. Não há dúvida que
tudo o que exigimos do próximo, já o exigimos setenta vezes sete vezes de nós
mesmos!
Mas, passar por
um momento de dor, não é o mesmo que ter de vivenciar o sofrimento! Mais vale
aquele que, depois de uma escolha ruim, perceber moderadamente o seu equívoco e
buscar a mudança, do que aquele que se autoflagela sem tentar entender o que o
impulsionou a errar. Possivelmente, este repetirá o seu erro algumas vezes
mais.
Se hoje ainda confundimos
dor com sofrimento, imagina antes? Não nos parecia ser correto atingirmos o entendimento
somente com a visão sóbria de nosso erro. Precisávamos sofrer muito para não
esquecermos ou desejarmos passar por tudo aquilo de novo. Era como acreditávamos
que nos modificaríamos de alguma forma!
Se essa postura
foi útil naquele período, hoje, não deveria ser mais. A fase evolutiva de nosso
planeta não condiz mais com essa ideia equivocada do sofrimento ante a dor que
nos ensina.
Para
compreendermos sobre o que estamos falando: o sofrimento nos escraviza a culpas
e sentimentos menos dignos ao nosso bem-estar, não nos deixando seguir em
frente, enquanto o arrependimento (que vem com a dor) nos liberta das amarras
do sofrimento porque nos traz o entendimento da experiência.
Ora, se o
objetivo celeste é o nosso aprendizado, não há nele o desejo que soframos, mas
sim que compreendamos as experiências para vivenciarmos um arrependimento com
atitude.
Será somente com
atitude que modificaremos a nossa forma de enxergar e viver a vida. Precisamos
querer “querendo” as nossas mudanças e isso só acontecerá se entendermos o
porquê de cada mudança.
Que possamos nos
dar a chance de enxergar cada experiência como uma grande oportunidade de crescimento
e não continuarmos acreditando, em plena Era de Regeneração, que o nosso Pai
Maior nos quer ver punidos por termos sido filhos “malcriados e inconsequentes”.
Se nós, pais
imperfeitos que somos, não desejamos o sofrimento para os nossos filhos, por que
Ele iria querer isso? O nosso erro é humanizar Aquele que é perfeito! Ele sabe
quem somos! Ele sabe de nosso potencial de aprendizado! Ele simplesmente nos
aguarda!
Vivenciemos a
dor, mas retiremos dela o sofrimento que tortura a alma que ainda está em
crescimento.
Muito esclarecedor. Parabéns por contribuir para a evolução espiritual daqueles que a querem realizar.
ResponderExcluirObrigada, minha querida amiga! Vamos juntas aprender muito mais! 😍
ExcluirReflexão inspiradora!
ResponderExcluirGratidão!!
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